terça-feira, 16 de janeiro de 2018

POLO CERÂMICO

POLO CERÂMICO- POTY VELHO TERESINA



O trabalho dos Ceramistas do Poty Velho teve início em 1964, através do Sr. Raimundo Nonato da Paz. As primeiras peças foram surgindo a partir das necessidades da comunidade. Em contraste com a atual situação das mulheres, a principal atividade que gerava renda na época estava em torno dos trabalhos nas olarias. Durante muito tempo diversas famílias trabalhavam na produção e armazenamento de tijolos.


Uma das primeiras ações que marcaram transformações na vida dos moradores do bairro Poti Velho foi à fundação da cepoti (Associação dos Ceramistas do Poti Velho), pois através dela surgiram diversas lideranças.
Ao longo de tantas conquistas alguns membros da associação foram percebendo que podiam ganhar mais espaço, que podiam também tomar a frente dos negócios, já que havia outras possibilidades de se utilizar o barro. Então após um curso de produção de bijuteria em cerâmica, realizado pelo SEBRAE, as mulheres da comunidade também foram à luta para conquistarem seu espaço, encabeçando assim uma linha de produção voltada também a uma necessidade de mercado que não era atendida pelo polo.

Assim nasce a Cooperativa de Artesanato do Poti Velho A COOPERART-POTI tem sede própria localizada na Rua Desembargador Flávio Furtado,S/N. neste mesmo espaço a cooperativa dispoem de um ambiente para venda de seus produtos e exposição do que é produzido. A associação e a cooperativa hoje desempenham trabalhos separados, embora elas participem de eventos juntas. Atualmente a Cooperativa conta com o apoio do Instituto Walmart, orgão que através do projeto "Mulheres do Poty" financia ações que geram capacitações e o melhoramento da estrutura da Cooperart-Poty.

Da argila, que é extraída de uma lagoa próxima, os artesãos soltam a criatividade na produção de mandalas, jarros, esculturas, objetos de decoração para jardins, aparelhos de jantar e até joias que são vendidas para vários estados do Brasil e países do exterior. A antiga vila de pescadores deu lugar ao Centro Comercial que abriga hoje 23 lojas. A produção, que antes era apenas de tijolos, é diária e o trabalho começa por volta das 5h com a extração da argila e o seu preparo até ser levada ao torno (aparelho onde as peças são modeladas).

O artesão Francisco Leite da Silva, há mais de 30 anos trabalha com as cerâmicas. Ainda adolescente, ele aprendeu a técnica com Raimundo Nonato da Paz, conhecido por Raimundo Camburão, um dos pioneiros e responsável por instalar o primeiro torno artesanal e começar a fabricação de potes, jarros e filtros de cerâmica no bairro Poti Velho. “Foi com ele que eu aprendi. Naquela época, a gente usava uma pedra para dar acabamento às peças. Trabalhei durante dois anos com carteira assinada, mas foi aqui que me realizei e é de onde eu tiro o sustento da família”, conta o artesão.


A produção no barracão administrado por Francisco Leite não para. Dependendo da peça, o trabalho só é finalizado após duas semanas. Ele conta com ajuda de mais três pessoas no barracão e um deles é o filho, Jhone Silva, 24 anos, responsável por dar o acabamento às cerâmicas. Desde cedo ele acompanha o ofício do pai e hoje divide o trabalho que para eles é gratificante.

Dos mais simples jarros aos tradicionais filtros de barro, os artesãos do Poti Velho foram aperfeiçoando a técnica tradicional e hoje já confeccionam peças que imprimem a identidade local. Basta dar uma volta pelas lojas do Polo Cerâmico para ver que as peças ganharam requinte, mas continuam com os traços que representam a cultura dos pescadores, lavadeiras ou ainda o lendário Cabeça-de Cuia. Maria de Jesus, 32 anos, é outra artesã do Poti Velho que tem a sua história misturada a cerâmica do Poti. Sua rotina começa por volta das 8h, quando ela pega as peças ainda brutas e com seus pincéis e tintas vai dando as cores que cada modelo pede. “É um trabalho que também funciona como terapia. Aqui a gente vai se envolvendo e soltando a criatividade conforme pede o estilo de cada peça”, diz a artesã que divide o ofício no barracão com a mãe e mais três funcionários.



Do Piauí para os Estados Unidos

A beleza do artesanato do Poti Velho ganhou repercussão internacional durante a exposição Mulher Artesã Brasileira, em Nova Iorque nos Estados Unidos. No próximo mês, as peças saem mais uma vez do Piauí para participar da mostra.


Os artesãos estão organizados pela Cooperativa de Artesanato do Poti Velho (Cooperart Poti). Mensalmente são produzidas cerca de 1.800 peças. Desde 1999, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Piauí (Sebrae) realiza diversas capacitações para a cooperativa como cursos e consultorias em gestão, produção, design, além da promoção de eventos.

Apesar da participação na mostra dos Estados Unidos, Raimunda Teixeira, presidente da Cooperat Poti, diz que a produção do Poti Velho ainda não acontece em larga escala e não atende o comércio internacional. “Nosso trabalho ainda é muito artesanal, o que não implica na beleza e identidade própria das peças.


O mercado internacional é muito exigente e nós não trabalhamos em larga escala para atender o segmento industrializado. No entanto, nossas peças são compradas por estrangeiros de países como Espanha e Itália, além de compradores de diversos estados do Brasil”, diz Raimunda.



Serviço: Polo Cerâmico do Poti Velho Onde: Rua Desembargador Flávio Furtado, próximo ao Parque Encontro dos Rios, no Bairro Poti Velho, Zona Norte de Teresina- PI.
Horário: 8h às 17h30


REFERÊNCIAS

http://cooperart-poty.blogspot.com.br/p/nossa-historia.html

http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/08/ceramicas-do-poti-velho-atribuem-identidade-ao-artesanato-de-teresina.html




ANEXOS
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