terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Música popular do Piaui 

A cultura  música do Piauí e bastante ampla e abundante nas agregações dos fatos e pensamentos do povo piauiense alcançando o merecido destaque pela sua multiplicidade reconhecida em seus vários estilos, porém de forma individual e sempre inovadora, com a inserção do pop, do axé, do clássico e até mesmo o samba. No Piauí as formas e estilos musicais sempre se diferenciam a pontos extremos, mas há sempre um estilo que predominam, movimentando músicas que agitam as festas e apresentações por todo o estado, sempre com grande público alvo em seus shows. Todo ano acontece o Festival de Música do Piauí justamente com o propósito de apresentar novos temas, estilos e novos lançamentos da música piauiense, dentro de vários contextos, com a divulgação de novos artistas e bandas. De acordo com dados do festival o número de bandas e artistas que surgiram os últimos anos na cultura desvenda uma cultura de composição extremamente ampla e rica.



Beto Brito - Seu nome de batismo é Edilberto Cipriano de Brito. Nasceu em 1962 em Santo Antonio de Lisboa, interior do Piauí, onde viveu até o início de sua adolescência. Ali cresceu no meio das feiras livres da região. Em 1983, mudou-se para a cidade de João Pessoa, a fim de dar seguimento a sua carreira artística. Aqui, estudou rabeca na Escola de Música Antenor Navarro, e se dedicou à pesquisa no campo da cultura popular. Também começou a se apresentar em festas e outros eventos. Depois, já maduro, participou de diversos festivais nacionais e internacionais.


Francis Lopes- piauiense de Santo Inácio do Piauí-PI, nasceu dia 07 de agosto, na localidade Patos, hoje pertence ao município de Floresta do Piauí-PI. É filho de seu Pedro Lopes e dona Mariana e é o quinto filho de uma família de nove irmãos. Francis começou a fazer suas próprias canções e a convite do amigo empresário “Carlão Promoções”, de Simplício Mendes, resolveu voltar e fazer shows com essas canções. Ganhou destaque nas cidades vizinhas e despertou o sonho de gravar um Disco. Em 1988 foi morar em Teresina-PI para concluir o colegial e o curso técnico em contabilidade. Em 1989, depois de percorrer todas as cidades vizinhas com seu pai, Pedro Lopes, fazendo rifas e bingos de animais que ganhava dos amigos, gravou seu primeiro Tape em Fortaleza.



Carlinhos Piauí-Nascido em Teresina (PI), no ano de 1963, e radicado em Brasília desde 1974, começou sua história com a arte em 1978, quando descobriu sua aptidão pela música. Em 1980, já fazia parte do grupo Sertão, com quem gravou, num compacto duplo, a canção vencedora no Festival de Canção da Cidade do Gama. Oito anos depois, ingressou na Escola de Música de Brasília para estudar percussão. Bem influenciado por menestréis como Jackson do Pandeiro, Ivanildo Vila Nova, Luiz Gonzaga, Alceu Valença e outros defensores da cultura popular, Carlinhos Piauí trazia na bagagem a história do seu povo e seus costumes; as lendas, os folguedos, a alegria e o sofrimento de sua gente.



O Repente


É uma das maiores manifestações culturais do norte e nordeste do Brasil, praticada por inúmeros artistas e admirada pela grande maioria da população sertaneja. No entanto, sua origem é ligada aos trovadores medievais, pelo modo como começaram a ser feitas as apresentações do repente.Em sua essência o repente pode ser definido como uma poesia cantada, que tem como elemento característico o improviso, a criação de versos no momento em que estão sendo feitas as apresentações, por isso essa denominação vinda da expressão “de repente”, que significa momentaneamente, que é tido como surpresa para os que presenciam tais ações.



Joaquim Mendes - É conhecido como Joames para amigos e parentes.Nasceu em Pedro II, mas mora em Teresina há 44 anos.Com 61 anos de idade, é viúvo e pai de 5 filhos.Possui mais de 100 folclores de Cordel.Lançou pelo menos 6 livros referentes ao assunto.É um pesquisador e estudioso da literatura e cordelista atuante.Não é repentista declarado, mas se apresenta algumas vezes nas noites de trovadores que acontece semanalmente na Casa do Cantador.




Antônia Gomes- conhecida como Toinha Brito.Nasceu em Mucambo, no Ceará.Viveu no Maranhão por muitos anos.Desde 1991 mora no Piauí, em Teresina.Aos 12 anos já sabia fazer centelha.Com 13 anos cantava acompanhada de viola,Sua primeira cantoria com um violeiro veterano foi em 29/09/1978.Começou se apresentando com seu irmão.Tem dois CD’s gravados, um acompanhada de outra repentista e o outro solo.É casada, tem 2 filhos, um adotado e um biológico, sendo este o único que demonstrou interesse pelo repente.

 

Cordel




Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais . No Nordeste do Brasil o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.


"CORDEL em homenagem ao Piauí"

Autor: Orlando Paiva

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Piauí terra querida

Filha do sol do Equador,

Terra com belezas naturais

Obras do Pai Criador,

Dádiva da mãe natureza

A esse povo acolhedor.

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É feliz quem vive aqui

o slogan é popular.

São inúmeras maravilhas

Que agora irei falar,

Neste humilde cordel

Que vou homenagear.

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Temos o Delta do Parnaíba

Que nos deixa fascinado,

O maior a céu aberto

Que na América foi criado,

Com perfeição por Deus

E a nós presenteado.

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Temos o Cabeça de Cuia

Uma lenda popular,

Que encanta nosso povo

E quem vem nos visitar.

Em sua homenagem

Há um monumento exemplar.

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O Encontro dos Rios

Merece nossa admiração.

Temos Igreja de São Benedito

Lugar de reza e oração,

Onde o católico teresinense

Mostra sua devoção.

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A nossa Educação

Merece ser destacada.

A melhor escola do Brasil

Pelo ENEM considerada,

Está aqui no Piauí

Pelo Sudeste invejada.

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O Piauí é um dos maiores

Produtores de algodão,

Produzimos soja e mel

Tudo para exportação,

Temos a maior bacia de gás

Existente na nação.

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Somos ricos culturalmente

Somos parte da história,

Foi aqui que se travou

Uma batalha de glória,

Defendemos nosso Brasil

Não sai da nossa memória.

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A Batalha do Jenipapo

em Campo Maior aconteceu,

Uma turma bravamente

Nosso país defendeu,

Nas águas do heroísmo

O sangue deles escorreu.

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Parque Serra da Capivara

Outro valioso local.

Maior museu a céu aberto

Uma relíquia mundial.

Fonte de muita pesquisa

Patrimônio cultural.

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Reconhecido pela UNESCO

O Piauí é privilegiado,

Pois foi aqui nessa terra

Em nosso querido Estado,

Que o Homem Americano

Deixou o seu legado.

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Temos Sete Cidades

Outro presente celestial,

Com rochas fascinantes

Também destaque nacional,

Utilizada como cenário

Em uma novela global.

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A ?Cachoeira do Urubu?

Merece ser recordada.

A Lagoa do Portinho

Também é apreciada,

Pelas pessoas visitantes

Que saem admiradas.

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Outro ponto forte

Que merece atenção,

É o nosso Artesanato

Feito com perfeição,

Na madeira ou na argila

O Piauí é o campeão.

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Nossos escritores são únicos

Seus textos nos dão prazer.

Temos Da Costa e Silva

Que jamais vamos esquecer,

Um verdadeiro gênio

Na arte de escrever.

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Por isso meu Piauí

Sinta-se abraçado.

Pertence-te a nossa vida

cantamos emocionado,

nesta data de glória

em que és festejado.



quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Culinária Piauiense

                                                                        Maria Isabel
    A receita vem do Piauí e é composta de carne de sol, cebola, pimentão, alho, pimenta-do-reino, coentro e cebolinha verde. Apesar das semelhanças com o Arroz de Carreteiro do Rio Grande do Sul, a teoria é de que o Maria Isabel tenha surgido bem antes da chegada dos colonos gaúchos, possivelmente entre as décadas de 20 e 30.
    A lenda de sua origem diz que o arroz Maria Isabel surgiu entre as famílias da classe média baixa e numerosas do interior do estado. O prato começou a ser preparado para que as mulheres se alimentassem de carne, pois, na época só os homens a consumiam. Foi então que uma mãe decidiu pegar um pedaço de carne do alforje do marido que ia trabalhar, partiu em cubinhos e cozinhou com arroz para servir a toda a família e decidiu dar o nome das duas filhas ao prato: Maria e Isabel.


INGREDIENTES

• 1/2kg de carne de sol;
• 1/2 xícara (chá) de óleo;
• 1 dente de alho picado;
• 1 cebola picada;
• 1 pimentão picado;
• 8 a 9 xícaras (chá) de água fervendo;
• Cheiro verde (coentro e cebolinha) picado a gosto;
• Pimenta-do-reino moída na hora a gosto (opcional);
• Molho de pimenta a gosto (no liquidificador, bata pimentas dedo de moça, azeitonas sem caroço, extrato de tomate, cebola, alho, azeite, vinagre, páprica, cheiro verde e uma pitada de sal. Quando os ingredientes ficarem bem batidos, passe o molho para um pote fechado e guarde na geladeira);
• Colorau a gosto (opcional);
• Salsinha para finalizar (opcional).

ACOMPANHAMENTO (opcional)

Ovos estrelados e paçoca de carne de sol

PREPARO
*Lave a carne e, se necessário, coloque-a de molho para retirar o excesso de sal. Escorra;
*Corte a carne em cubinhos;
*Em uma panela, aqueça o óleo, junte a carne, tempere com a pimenta-do-reino e refogue. Incorpore o alho, a cebola e refogue mais um pouco. Acrescente o pimentão, o cheiro verde e o molho de pimenta da vovó;
*Adicione o arroz, mexa bem, coloque a água fervendo e acrescente o colorau. Se necessário, ajuste o sal;
*Sirva com folhas de salsinha em cima, se quiser;
*Se gostar, acompanhe com os ovos e a paçoca;
*Se preferir, decore com lascas de coco.



                                                                     Carne de Sol
    Se tem um prato que é “a cara do Piauí”, a carne de sol é esse prato. O estado é famoso por essa delícia, e lá na cidade de Campo Maior tem a melhor do País, considerada por muitas pessoas.


INGREDIENTES

-1 quilo de Asem, filé ou colchão mole
-01 cebola cortada em rodelas
-1/2 xícara de óleo
-Sal à gosto

 MODO DE PREPARO
-Lave e corte a carne em cubinhos ou em tirinhas pequenas, ponha o sal.
-Em uma panela ponha o óleo e leve-a ao fogo até que fique quente,despeje a carne e deixe fritar até que fique bem douradinha, acrescente a cebola e deixe fritar mais um minuto, desligue o fogo.
-Sirva quente.



                                                              Bolo de Goma
    Se tem uma coisa que todo piauiense adora comer no café da manhã ou na “merenda”, são os bolos típicos da terra. Dos vários podemos citar o bolo frito, bolo de macaxeira e o que será citado bolo de goma



INGREDIENTES
-02  xícaras de goma
-02  ovos
-02  xícaras de leite
-1/2 xícara de óleo
-01  colher de café/ de fermento
-01  colher de café/ sal

MODO DE PREPARO
-Ferva o leite com óleo, pegue a goma ponha o sal e e o fermento e escalde com o leite e o óleo.
-Bata as claras em neve, misture as gemas e a goma já escaldada.
-Asse em fôrma untada com manteiga e trigo.
-Leve ao forno por 40 minutos ou até dourar.



                                                                Panelada
    É preparada com partes do intestino do boi misturadas com várias verduras. Para muitos, é considerado o melhor tira-gosto de boteco. 


INGREDIENTES
-1 kg de bucho
-1 kg de tripa
-1 kg de nervo de boi
-1 kg de mocotó
-4 cebolas picadas
-Óleo de soja
-Pimenta do reino
-Corante
-Sal

MODO DE PREPARO
-O primeiro passo é limpar muito bem as vísceras
-Depois corte-as em pequenos pedaços, coloque tudo numa panela e deixe escaldar, com pouca água, em fogo brando, durante 1 hora
-Em seguida, os temperos são colocados um a um
-A panelada deve continuar no fogo no mínimo por três horas, um segredo para continuar o sabor



                                                              Galinha Caipira
    É o prato preferido dos piauienses pra tirar aquela famosa ressaca. É cozida ao molho com um pouco de sangue que foi retirado dela. O pirão feito do caldo também não pode faltar.


INGREDIENTES
-1 frango
-1 maço de cheiro verde
-4 dentes de alho amassados
-1 cebola média picadinha
-1 colher de sobremesa de colorau
-Sal e pimenta do reino a gosto
-3 colheres sopa de óleo
-2 xícaras chá de água quente

MODO DE PREPARO
-Corte o frango em pedaços, tempere com o sal, o alho, a pimenta e o coloral
-Coloque o óleo em uma panela (de ferro de preferência), deixe esquentar
-Acomode o frango, e vá refogando aos poucos até ficar be douradinho
-Quando o frango dourar, acrescente a água e a cebola
-Deixer ferver por uns 15 minutos ou até o frango ficar macio, se necessário acrescente mais água
-Prove o sal
-Acrescente o cheiro verde e sirva em seguida
-Vai muito bem com uma boa macarronada




                                                                   Cajuína
A cajuína é uma bebida típica do nordeste brasileiro, muito produzida e consumida no Maranhão, Ceará e principalmente no Piauí, onde é considerada Patrimônio Cultural do Estado e símbolo cultural da cidade de Teresina. Preparada a partir do suco de caju, sem álcool, clarificada e esterilizada, apresenta uma cor amarelo-âmbar resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco. Pode ser preparada de maneira artesanal ou industrializada.
Foi inventada em 1900 pelo farmacêutico Rodolfo Teófilo, que pretendia, com ela, combater o alcoolismo. Ele a via como um substituto benévolo da cachaça.


INGREDIENTES               
-5 Kg de caju
-Gelatina em pó branca ( sem sabor)
                                          
PREPARO
- Dissolva a gelatina em 100mg de água fervente
- Lave os cajus com água corrente e extraia o suco
- Coe em peneira grossa para retirar as fibras mais grosseiras
- Adicione a solução de gelatina ao suco, aos pouco, e deixe em repouso durante cinco minutos.
- Filtre em panos de algodão ou feltro.
- Encha as garrafas e feche.
- Cozinhe em banho-maria por 30 minutos, contados após o início da fervura.
- Resfrie as garrafas em água corrente, dentro do próprio recipiente do cozimento.
- Armazene em lugar fresco e arejado.



Curiosidade


                                                                  Mercado da Piçarra




    Com 140 permissionários, o Mercado da Piçarra, localizado na Zona Sul de Teresina, é atualmente patrimônio histórico e cultural da capital. A praça de alimentação, que tem 25 boxes, é o ponto mais disputado do mercado. Nele, teresinenses, turistas e pessoas que adotaram a cidade de Teresina desfrutam da típica gastronomia do Piauí.
    Panelada, sarapatel, carneiro ao molho, galinha caipira e um bom cuscuz acompanhado de carne de sol. Tal cardápio é parte da identidade gastronômica do Piauí e pode ser facilmente encontrado no mercado.
    Uma das pessoas que tem mais tempo trabalhando no local é a cozinheira e permissionária Maria da Paixão Lopes da Silva. Ela conta que conseguiu tudo que tem trabalhando no Mercado da Piçarra. 



    Para Paixão, o mercado é uma segunda casa já que ela ocupa o espaço todos os dias da semana. "A gente só fecha um dia no ano que é a Sexta-Feira Santa.
    O sarapatel de bode é um dos pratos mais requisitados.Todos os boxes de alimentação são atrativos. Mas destaca-se pela antiguidade, renome e qualidade de sua culinária o ponto de Maria da Paixão Lopes da Silva, ou simplesmente a Paixão, como é carinhosamente conhecida por todos. Ele é quase um sinônimo da Praça de alimentação do Mercado. Cozinheira antiga, seu quiosque é disparadamente o mais frequentado pelos visitantes e turistas. Ela ostenta orgulhosamente num mural quadros com dezenas de fotos de importantes políticos, artistas e empresários que já passaram por seu ponto ao longo de mais de 10 anos.


Literatura Piauiense de Cordel





A literatura piauiense por infortúnio é pouco conhecida, embora tal vertente seja riquíssima de autores e obras de comuns a sublimes. Seguindo esta linha de raciocínio o Piauí contém conteúdos desconhecidos até pelos seus conterrâneos e a literatura de cordel não foge a regra.

Piauí terra querida
Filha do sol do Equador,
Terra com belezas naturais
Obras do Pai Criador,
Dádiva da mãe natureza
A esse povo acolhedor
— Orlando Paiva

Cordel são folhetos contendo poemas populares, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Os poemas de cordel são escritos em forma de rima e alguns são ilustrados.

Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

Um dos principais cordéis regionalista “Cordel em Homenagem ao Piauí” de Orlando Paiva o qual é inicialmente parecido com o “Hino do Piauí” . Outro famoso é “Chico Vaqueiro do Meu Piauí”. Segue abaixo um pequeno trecho retirado deste cordel feito por Alvina Gameiro.

VI

O Vaqueiro de pé, tem ares de um vigia,
erguido no terreiro, amarrado à magia,
de um sonho fascinante, eivado de poesia...

Em palor o clarão da tarde se resume;
já começa a dançar no espaço o vaga-lume;
as estrelas no céu acenderam seu lume
até que o dia surja entre os braços da aurora.
Diáfana beleza empolga o campo a fora
e o concerto do vento está parando agora.

A noite vai tomando o coração da mata;
a gentil açucena em néctar se desata.
Apenas, no silêncio, há notas de sonata,
que os sapos, em mil sons, rouquejam sem parar,
pois têm cada vivente em meio de saudar,
mostrando aos corações um jeito de agradar...

O esplendor do luar, que mais e mais fulgura,
de prata banha inteira a máscula figura,
tão imóvel que até nos lembra uma escultura
de guerreiro lendário ou místico profeta...
É que o Vaqueiro escuta em meio à noite quieta,
sua alma que se dá a cantares de poeta...

Tem BA boca apagado o coto do cigarro;
ouve atento o cri-cri desse grilo bizarro,
cantador do gramado ou da frincha de barro,
e lhe vem à cabeça a existência suprema
de um Deus que fez o amor, que da vida é o emblema,
como a rima de luz é a essência de um poema...

Falando à Natureza, ele pergunta apenas,
por que foi que o <<Senhor>> molhou com tantas penas
as delícias do amor nas estradas terrenas?
Com que fim acordou a estranha comoção
que sente sem querer, tomar-lhe o coração
e é misto de prazer e de atribulação?!...

E Chico sabe, sim, que este amor vinga e cresce
e se o tenta esconder, tanto mais aparece
e quanto mais na sombra, então, é que floresce...



Alvina é uma escritora e poeta piauiense, originária de Oeiras. No entanto, não é uma representante tão forte na literatura popular, pois o cargo é ocupado por Chico do Romance. Este encontrava-se diariamente pela manhã na Praça do Mercado de Piripiri onde numa pequena banquinha vende, com o auxílio de um microfone, os seus incontáveis livretos de cordel. Chico é um dos maiores cordelistas do Nordeste sendo suas obras estudadas por várias universidades do Brasil, da França, Japão, Holanda e estados Unidos.


  CHICO DOS ROMANCES 


 


Francisco Peres de Souza mais conhecido como Chico dos romances é natural de Piracuruca, nascido no dia 1 de abril de 1939 foi um dos maiores autores do cordel.

Por volta dos seus 10 anos ficou órfão de mãe e logo após o incidente passou a morar com sua tia em Piripiri. Desde a época já era dedicado a produzir sua literatura de cordel com o intuito de comercializa-la assim conforme todo cordelista.

Certas pesquisas apontam que Chico dos romances já passa de 200 obras autorais de cordel, sendo autor de letras de músicas é atualmente apresentado no mercado público de Piripiri ou até mesmo em escolas, bibliotecas e universidades e também pertencente a Academia de Letras, Ciências e Artes de Piripiri, a ACALPI.

Principais Obras:

A história das sete cidades e a deusa da encantaria
A alma que foi a festa e brigou com o maldito
O profeta Jonas e sua viagem a Nínive
Pequenos dados históricos sobre o Piauí
Versos sobre o filósofo Sócrates







Além destes cordelistas, existe a Academia Piauiense de Literatura de Cordel, sendo esta a primeira no Brasil todo. Tem 35 autores poetas populares e cordelistas o qual a academia não visa só enriquecer, mas reconhecer mais o trabalho desempenhado por cada um dos poetas. A academia localiza-se na sede do Projeto Música Para Todos.